Qual é o impacto da interferência de lula nas eleições argentinas?
Como anda as eleições na Argentina?
A Câmara Eleitoral da Argentina informou, na tarde deste domingo (22) que 74% dos eleitores do país registram seus votos. A Argentina realiza hoje o primeiro turno das eleições para escolha de presidente e parte dos representantes das Câmaras de Deputados e dos Senadores.
São cinco candidatos disputando a Casa Rosada: Sergio Massa (Unión por la Patria), Javier Milei (La Libertad Avanza), Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio), Juan Schiaretti (Hacemos por Nuestro País) e Myriam Bregman (Frente de Izquierda).
Bullrich, Milei e Massa, os três primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto, já comparecerem à urna. Milei, candidato da coligação La Libertad Avanza, votou em meio a uma multidão que o aguardava na sede da Universidad Tecnológica Nacional, em Buenos Aires. Ao votar, declarou ter o “desejo de colocar a Argentina de pé”.
O atual presidente do país, Alberto Fernández, votou na Universidad Católica, no bairro de Puerto Madero.
O Consulado da Argentina em São Paulo informou que registrou alta participação de eleitores argentinos, sem especificar o número. Ao todo, 11.900 argentinos estão aptos a votar em São Paulo.
No Brasil, 20,5 mil cidadãos argentinos podem votar nas eleições nacionais, sendo o terceiro país com maior número de eleitores fora da Argentina, atrás dos Estados Unidos (90.382) e Espanha (152.791).
Os locais de voto aqui estão em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu (PR), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Uruguaiana (RS).
Em Brasília, 365 eleitores estão habilitados a votar na embaixada, dos quais de 70 a 80 pessoas costumam votar. Isso porque, para os argentinos residentes no exterior, o voto é facultativo.
Em eleições marcadas pelo aumento da participação juvenil, vários jovens foram à embaixada votar pela primeira vez na vida. Eleitores veteranos também compareceram à embaixada.
Embora a votação ocorra em papel, a expectativa é que os resultados preliminares sejam divulgados rapidamente. A embaixada argentina no Brasil estima que, até as 22h deste domingo, os cidadãos saibam quem irá para o segundo turno, a ser realizado em 19 de novembro.
Segundo a analista da CNN Thais Herédia, circularam entre jornalistas uma série de pesquisas de boca de urnas falsas – o que é proibido no país.
Existe um truque para tentar somar o número de votos que os candidatos já receberam. Todos os partidos sabem o número exato de cédulas em cada zona eleitoral, portanto, vão observando quantas restam nas mesas.
Alguns partidos reclamaram que estava acontecendo um roubo de cédulas.
Outro ponto destacado pela enviada especial da CNN à Argentina foi os aplausos que jovens de 16 anos, que não são obrigados por lei a votar, recebem quando chegam às urnas.
Nas eleições argentinas, a apuração ocorre em duas fases. Na primeira, os mesários de cada seção eleitoral contam as cédulas e enviam as atas de votação à Direção Nacional Eleitoral, onde é feita a totalização.
Quem é o favorito nas eleições da Argentina?
Os dois candidatos que disputarão o segundo turno na eleição presidencial argentina, em 19 de novembro, têm o desafio de ampliar sua base de apoio, partindo, ambos, de um alto índice de rejeição. De acordo com pesquisa realizada em setembro pela Universidade de San Andrés, a rejeição a Javier Milei, de ultradireita e que espanta eleitores com propostas como permitir a venda de órgãos e reduzir drasticamente o tamanho do Estado — podendo, nessa cruzada, eliminar programas de ajuda social —, atinge 53%. Já o peronista Sergio Massa, o mais votado no primeiro turno, com quase sete pontos percentuais de vantagem em relação a Milei, teve 68% e deve convencer os argentinos de que ser o ministro da Economia num país mergulhado numa crise dramática não significa que não possa ser o presidente que resolva essa mesma crise.
Embora o vencedor do primeiro turno tenha mostrando uma capacidade surpreendente de melhorar seu desempenho eleitoral após um magro resultado nas primárias de agosto (quando conseguiu, individualmente, apenas 21,43% dos votos), Massa não pode ser considerado favorito no pleito. Os argentinos estão sufocados por uma taxa de inflação que superou 100% nos últimos 12 meses, e há quatro meses atinge os dois dígitos mensalmente. O ministro e candidato não tem resultados positivos para mostrar, e sua melhor alternativa, reconhecem estrategistas que trabalham em sua campanha, é trabalhar para aumentar a rejeição a Milei.
Segundo pesquisas que circulam no comando de campanha de Massa, a estratégia deu certo e depois das Paso a rejeição ao candidato da ultradireita aumentou de forma expressiva, o que explica, em parte, a liderança do peronista no primeiro turno. Massa focou em dois setores específicos da sociedade: mulheres e moradores de grandes cidades. O candidato peronista atacou seu adversário com uma campanha do medo que captou a atenção de milhares de argentinos, e instalou a ideia, entre muitos, de que Milei representa uma ameaça para a sobrevivência dos mais humildes, e, também, para a democracia. A jogada foi clara, explicou um dos estrategistas do candidato: se você não pode melhorar sua aprovação, aumente o rechaço a seu adversário.
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Disputa acirrada para a presidência do país tem alta rejeição
Em seu discurso pós primeiro turno, Massa disse que quer ser o presidente que “abrace todos os argentinos, e não o presidente do país do salve-se quem puder”. A narrativa do peronista busca colocar Milei como o candidato do caos, que discrimina minorias, tende à misoginia e pode arrastar a Argentina para uma dimensão desconhecida. Muitos argentinos votaram em Massa por pavor a Milei, que era exatamente o que os estrategistas, entre eles a equipe que já trabalhou em campanhas do PT e seguiu a mesma estratégia quando o rival era Jair Bolsonaro, do peronista queriam.
Já o candidato da ultradireita sabe que os calcanhares de Aquiles de seu adversário são a crise econômica e os escândalos de corrupção. Por isso, em seu discurso, Milei promete combater a corrupção e implementar medidas para revitalizar a economia argentina.
Qual o candidato de esquerda na Argentina?
A disputa para saber quem sucederá Alberto Fernández na Presidência da Argentina começa neste domingo (22.out.2023). Participam do 1º turno do pleito 5 candidatos: Javier Milei (direita), Sergio Massa (esquerda), Patricia Bullrich (direita), Juan Schiaretti (esquerda) e Myriam Bregman (esquerda).
Milei, da coalizão de direita La Libertad Avanza, teve o maior percentual de votos nas primárias argentinas realizadas em 13 de agosto. Ele ficou com 30,04% dos votos.
Na maioria das pesquisas de intenção de voto realizadas antes do pleito, Milei aparece numericamente à frente. Ele está quase sempre empatado na margem de erro dos estudos com o 2º colocado, Sergio Massa.
Para vencer em 1º turno, os candidatos à Presidência precisam de pelo menos 45% dos votos válidos –excluídos brancos e nulos– ou 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao 2º colocado. Caso ninguém atinja essa marca, será necessário um 2º turno, marcado para 19 de novembro de 2023. Neste caso, vence o candidato com maior número de votos.
A Argentina tem, atualmente, 35,8 milhões de eleitores, sendo que 449 mil moram no exterior. A população total do país é de 46,2 milhões.
Leia abaixo sobre os candidatos e as propostas de cada um:
Javier Milei
Javier Milei tem 52 anos e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023. Ele concorre à Presidência pela coalizão de direita La Libertad Avanza (A Liberdade Avança, em português) e se define como “anarcocapitalista” e “libertário”.
Milei foi eleito em 2021 para deputado. Ele se apresenta como um político de direita conservador “diferente de tudo que está aí” e usa o lema “contra a casta política”, que, segundo o deputado, refere-se aos políticos argentinos que vivem do Estado, fazem políticas “contra a população” e que não resolvem os problemas do país.
Nascido em 22 de outubro de 1970 em Buenos Aires, é formado em economia pela Universidade de Belgrano. Tem 2 mestrados cursados no Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social e na Universidade Torcuato di Tella.
Javier Milei venceu as primárias argentinas e está empatado na margem de erro com Sergio Massa em pesquisas sobre o 1º turno Ele foi ainda economista-chefe da empresa de previdência privada Máxima AFJP e da empresa de assessoria financeira Estudio Broda. Também trabalhou como economista sênior do HSBC e como assessor econômico do militar e ex-deputado Antonio Domingo Bussi, acusado de crimes “contra a humanidade” cometidos quando foi governador de Tucumán.
O argentino também integra o B20 (Business 20), grupo de diálogo relacionado ao G20 para o setor empresarial, e o Fórum Econômico Mundial. Também já atuou como professor universitário de disciplinas sobre economia.
As principais propostas do candidato são:
Eis a íntegra do plano de governo de Javier Milei (PDF – 696 kB, em espanhol).
Sergio Massa
Sergio Massa, de 51 anos, é formado em direito pela Universidade de Belgrano. Nasceu em 28 de abril de 1972 na cidade de San Martín, na província de…
Quem deve vencer na Argentina?
A primeira pesquisa para o segundo turno da eleição na Argentina mostra que Javier Milei e Sergio Massa estão empatados dentro da margem de erro. O libertário tem leve vantagem com 50,7% dos votos válidos contra 49,3% do peronista e o cenário é imprevisível. O atual ministro da Economia tem conseguido manter o voto do peronismo unificado e, portanto, tem um piso mais alto para a decisão, em 19 de novembro. Por outro lado, acumula mais rejeição, ou seja, tem o teto mais baixo que Milei.
A pesquisa da CB Consultoria ouviu 1.715 pessoas entre os dias 23 e 24 de outubro, logo depois do primeiro turno. A margem de erro é de dois pontos percentuais (para mais ou para menos).
“O cenário é de extrema paridade. Há um empate técnico com possibilidade para ambos”, ressalta Cristian Buttié, diretor da CB Consultoria ao Estadão. “Temos um terço da Argentina que terá que decidir. Primeiro, se vai votar. Segundo, se vota em branco. Terceiro, se elege o candidato que considera o mal menor”, concluiu em referência ao percentual de argentinos que não compõe a base nem de Sergio Massa nem de Javier Milei.
O peronista saiu na frente com 36% no primeiro turno e, neste momento, tem uma base mais sólida que o rival: 32,4% dizem votar com certeza em Massa enquanto 28,2% estão fechados com Milei. O problema do ministro é que ele carrega a rejeição ao governo Alberto Fernández — que vai entregar o país com a inflação descontrolada — e 48,2% afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. Do outro lado, 43,8% dos eleitores afirmam que o libertário não é uma opção. Em suma, o que os números mostram é que Sergio Massa tem o teto mais baixo que Javier Milei.
“Metade da Argentina vai votar pelo cansaço, pela rejeição ao governo Alberto Fernández e a Sergio Massa como ministro da Economia. Outra metade vai votar com medo, vai escolher Sergio Massa como mal menor.” – Cristian Buttié, diretor do CB Consultoria
Nesse cenário, a participação tende a ser decisiva e pode desempatar a corrida à Casa Rosada.
O maior número de eleitores entre as PASO (primárias argentinas) e o primeiro turno foi considerado fundamental para a vitória de Sergio Massa. O que aconteceu é que o eleitor peronista mais frustrado usou as prévias para passar o seu recado e simplesmente não foi votar. No último domingo, quando a eleição começou para valer, esse mesmo eleitor foi às urnas e impulsionou o atual ministro.
Agora, no entanto, o fator comparecimento tem o sinal contrário, afirma o diretor da CB Consultoria. “A participação vai incidir e muito sobre o resultado. Se a participação for maior, favorece Javier Milei. Se menos gente for votar, aumentam as possibilidades para Sergio Massa”, afirma Buttié.
O que acontece agora, explicou, é que a estrutura montada pelo peronismo para eleição de prefeitos, governadores, deputados e senadores no primeiro turno não existe mais. “O aparato peronista não estará tão presente como esteve na eleição geral. Os prefeitos já foram eleitos, não estão mais mobiliza”.
Quanto tempo o Bolsonaro ficou no Exército?
Nota: “Bolsonaro” redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Bolsonaro (desambiguação).
Lista
Jair Messias Bolsonaro GOMM (Glicério,[nota 3] 21 de março de 1955) é um militar reformado e político brasileiro, atualmente filiado ao Partido Liberal (PL). Foi o 38.º presidente do Brasil, de 1.º de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2022, tendo sido eleito pelo Partido Social Liberal (PSL). Foi deputado federal pelo Rio de Janeiro entre 1991 e 2018. Nasceu no município de Glicério, mas passou a adolescência principalmente em Eldorado, no interior do estado de São Paulo. Começou sua carreira militar no município fluminense de Resende após formar-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977. Posteriormente, serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército Brasileiro. Tornou-se conhecido do público em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja criticando os baixos salários dos militares, texto pelo qual foi preso e detido por quinze dias. Um ano depois, a mesma revista o acusou de planejar plantar bombas em unidades militares, o que ele negou. Após ser condenado em primeira instância, o Superior Tribunal Militar o absolveu dessa acusação em 1988. Transferiu-se para a reserva no mesmo ano com o posto de capitão e concorreu à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, sendo eleito vereador como membro do Partido Democrata Cristão (PDC).
Em 1990, Bolsonaro foi eleito para a câmara baixa do Congresso Nacional, cargo para o qual foi reeleito seis vezes. Durante 27 anos como congressista, ficou conhecido por seu conservadorismo social e por diversas polêmicas,[10] principalmente por ser um vocal opositor dos direitos LGBT e por declarações classificadas como discurso de ódio,[11][12][13] que incluem a defesa das práticas de tortura e assassinatos cometidos pela ditadura militar brasileira.[14] Tido como um político polarizador,[15][16][17] seus pontos de vista e comentários, amplamente descritos como de extrema-direita e populistas,[19] atraíram elogios e críticas no Brasil e no mundo.[20][21][22] Sua campanha presidencial foi lançada pelo PSL em agosto de 2018, quando passou a se apresentar como um candidato antissistema,[23] pró-mercado[24] e defensor de valores familiares.[25] Após disputar o segundo turno das eleições de 2018 com Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), foi eleito com 55,13% dos votos válidos.
Seu governo se caracterizou por forte presença de ministros de formação militar, alinhamento internacional com a direita populista[26][27] e por políticas antiambientais,[28] anti-indigenistas[28] e pró-armas.[29][30] Foi também responsável por um amplo desmonte das políticas e órgãos da cultura,[31][32] da ciência e da educação,[33][34][35] além de promover repetidos ataques às instituições democráticas[36][37] e fazer maciça divulgação de notícias falsas.[38] Apesar da criminalidade[39] e do desemprego terem seguido a tendência de queda vista desde o Governo Michel Temer,[40] a média de cres