Como o Brasil pode melhorar sua competitividade global de talentos?

O que o Brasil precisa fazer para melhorar esse lugar no ranking de competitividade mundial?

Ser uma das maiores economias do mundo nem sempre é sinônimo de competitividade. Esse é o caso do Brasil. A pressão inflacionária, uma velha amiga da economia brasileira, e a “fraca” política de sustentabilidade pesaram na balança e fizeram com que o país perdesse duas posições no ranking mundial IMD — o Brasil caiu da 57ª posição para a 59ª, e voltou ao patamar de 2019.

Já na comparação com os nove países que compõem as Américas, o Brasil ficou em 7º lugar no ranking, caindo uma posição em relação ao ano anterior.

Mas, segundo o relatório, o país tem chances de galgar novas posições e recuperar o lugar de 2020, quando ocupou a sua posição mais alta no ranking mundial, a 56ª.

O ranking analisa 63 economias anualmente, a partir de “sua capacidade em gerenciar fatores e competências que possibilitem alcançar um crescimento econômico de longo prazo”.

O relatório faz uma análise geral, a partir de quatro pontos: performance econômica, governabilidade, eficiência dos negócios e infraestrutura — que integra políticas ESG e educação, por exemplo.

O IMD apontou cinco desafios, vivenciados em 2022, para o país melhorar no levantamento mundial. São eles:

  • Melhorar a governança corporativa e a ética empresarial;
  • Reduzir a burocracia e facilitar a abertura de empresas;
  • Investir em educação e desenvolvimento de habilidades;
  • Aprimorar as políticas de sustentabilidade;
  • Promover a inovação tecnológica.

Além disso, o relatório também trouxe destaques positivos: a energia renovável — sendo o terceiro país no mundo com mais fontes sustentáveis — e a presença feminina em cargos de liderança, que corresponde a 39% no país.

A Dinamarca lidera o ranking, pela primeira vez, desbancando a Suíça, que era o país mais competitivo do mundo em 2021.

O grande destaque do país nórdico foi a agenda sustentável agressiva. A Dinamarca tem a meta de reduzir 70% das emissões de carbono em 10 anos.

Além disso, o país tem atraído mais investimentos internacionais, no último ano, por conta do fortalecimento das finanças públicas, que resultou na redução da dívida pública e no déficit econômico, aponta o relatório.

Nas posições seguintes, os melhores do ranking são Singapura, Suécia, Hong Kong, Holanda, Taiwan (China), Finlândia, Noruega e EUA.

O país mais competitivo no continente americano são os EUA. Em seguida, vem o Canadá, Chile, Peru, México e Colômbia.

O Brasil ficou em sétimo, à frente da Argentina e da Venezuela.

Por que o Brasil apresenta defasagem no ranking de competitividade?

Um dos fatores que faz o Brasil estar mal posicionado no ranking é a percepção dos empresários sobre a eficiência do setor privado, variável na qual o país caiu da 59ª para a 63ª colocação, segundo Carlos Arruda, professor da FDC, afirmou ao jornal Valor Econômico. É a pior posição que o Brasil já teve nesse quesito.

Qual o ranking de competitividade do Brasil?

Uma das maiores disparidades entre os índices do Brasil e os mais competitivos é o investimento público anual em educação.

O ranking World Talent, que mede a capacidade de atração e retenção das empresas por país, publicado pelo International IMD (Institute for Management Development), mostrou o Brasil em penúltima posição entre os 64 mais competitivos.

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O país fica atrás da Venezuela e à frente apenas da Mongólia. Em primeiro lugar está a Suíça, mais uma vez (ela ocupa o primeiro lugar desde a criação do ranking, em 2014), seguida por Luxemburgo e Islândia. O IMD é suíço e uma das mais importantes instituições de ensino superior da Europa.

Uma das maiores disparidades entre os índices do Brasil e da primeira colocada é o investimento público anual em educação. Enquanto a Suíça investe US$ 26 mil por aluno a cada ano, o Brasil coloca US$ 1,9 mil. Em relação ao PIB, no entanto, o Brasil investe um pouco mais: 5,9% – enquanto o investimento do primeiro colocado está em 5,7%. O Chile, melhor colocado da América Latina, em 50º lugar, investe US$ 3,1 mil. E 5,5% do seu PIB.

Normalizar o trabalho remoto, total ou híbrido, aparece como fator determinante para a retenção de talentos ao redor do mundo e é determinante para a entrada e manutenção das mulheres no mercado, segundo o estudo. “As economias em que o trabalho remoto é considerado menos prejudicial para o desenvolvimento de carreira são também as que se destacam na atração e retenção de profissionais altamente qualificados, bem como nos níveis de participação feminina no mercado de trabalho”, de acordo com a pesquisa.

“À medida que as economias se tornam mais orientadas para os serviços, a presença física dos trabalhadores no país dos seus empregadores já não é necessária. Em suma, observamos o surgimento de um novo tipo de trabalhador que se formou num país, vive noutro e trabalha para uma empresa localizada num terceiro país”, diz o professor Arturo Bris, diretor do IMD e condutor do estudo.

De maneira geral, os países ainda não conseguiram retornar aos níveis de competitividade que registravam antes da pandemia. A classificação média de talentos nos países do sul da Ásia e do leste europeu aproximou-se entre 2019 e 2023. Enquanto isso, as disparidades em regiões já atrasadas, como a América do Sul, aumentaram. Na região, além do Chile na posição 50, Argentina está em 54º, Peru, 55º, Colômbia 57º e Venezuela em 62º.

“Os ‘vencedores’ – ou seja, os países mais competitivos – são os que dão ênfase à formação profissional e à aprendizagem em detrimento de disciplinas acadêmicas. Não recomendamos uma vs. outra, mas as compensações econômicas de qualquer uma das opções são relevantes”, afirma Bris.

O ranking leva em consideração 31 critérios que envolvem dados concretos, além de respostas a pesquisas feitas com 4 mil executivos do mundo todo.

Pontuação
100
84,39
84,33
83,75
83,34
80,55
80,53
79,96

Qual posição o as empresas brasileira ocupam em competitividade no mundo?

O relatório examina os fatores determinantes da competitividade de um país. A situação brasileira é avaliada comparativamente com as situações dos países selecionados. A seleção tem como base a similaridade desses países com o Brasil, no que diz respeito às características socioeconômicas, estágio de desenvolvimento, inserção internacional e competição em terceiros mercados.

O Brasil avançou pela primeira vez no ranking geral do Competitividade Brasil, saindo da 17ª para a 16ª posição, superando o Peru. Duas principais razões explicam o avanço: primeiro, a melhora do país em fatores como Financiamento, Tributação e Ambiente de Negócios. A segunda razão é o maior impacto da pandemia em países como o Peru, nos fatores Mão de obra e Ambiente Macroeconômico.

08/12/2022

Qual o ranking de competitividade do Brasil?

Uma das maiores disparidades entre os índices do Brasil e os mais competitivos é o investimento público anual em educação.

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O ranking World Talent, que mede a capacidade de atração e retenção das empresas por país, publicado pelo International IMD (Institute for Management Development), mostrou o Brasil em penúltima posição entre os 64 mais competitivos.

O país fica atrás da Venezuela e à frente apenas da Mongólia. Em primeiro lugar está a Suíça, mais uma vez (ela ocupa o primeiro lugar desde a criação do ranking, em 2014), seguida por Luxemburgo e Islândia. O IMD é suíço e uma das mais importantes instituições de ensino superior da Europa.

Uma das maiores disparidades entre os índices do Brasil e da primeira colocada é o investimento público anual em educação. Enquanto a Suíça investe US$ 26 mil por aluno a cada ano, o Brasil coloca US$ 1,9 mil. Em relação ao PIB, no entanto, o Brasil investe um pouco mais: 5,9% – enquanto o investimento do primeiro colocado está em 5,7%. O Chile, melhor colocado da América Latina, em 50º lugar, investe US$ 3,1 mil. E 5,5% do seu PIB.

Normalizar o trabalho remoto, total ou híbrido, aparece como fator determinante para a retenção de talentos ao redor do mundo e é determinante para a entrada e manutenção das mulheres no mercado, segundo o estudo. “As economias em que o trabalho remoto é considerado menos prejudicial para o desenvolvimento de carreira são também as que se destacam na atração e retenção de profissionais altamente qualificados, bem como nos níveis de participação feminina no mercado de trabalho”, de acordo com a pesquisa.

“À medida que as economias se tornam mais orientadas para os serviços, a presença física dos trabalhadores no país dos seus empregadores já não é necessária. Em suma, observamos o surgimento de um novo tipo de trabalhador que se formou num país, vive noutro e trabalha para uma empresa localizada num terceiro país”, diz o professor Arturo Bris, diretor do IMD e condutor do estudo.

De maneira geral, os países ainda não conseguiram retornar aos níveis de competitividade que registravam antes da pandemia. A classificação média de talentos nos países do sul da Ásia e do leste europeu aproximou-se entre 2019 e 2023. Enquanto isso, as disparidades em regiões já atrasadas, como a América do Sul, aumentaram. Na região, além do Chile na posição 50, Argentina está em 54º, Peru, 55º, Colômbia 57º e Venezuela em 62º.

“Os ‘vencedores’ – ou seja, os países mais competitivos – são os que dão ênfase à formação profissional e à aprendizagem em detrimento de disciplinas acadêmicas. Não recomendamos uma vs. outra, mas as compensações econômicas de qualquer uma das opções são relevantes”, afirma Bris.

O ranking leva em consideração 31 critérios que envolvem dados concretos, além de respostas a pesquisas feitas com 4 mil executivos do mundo todo.

Pontuação
100
84,39
84,33
83,75
83,34
80,55
80,53
79,96

Por que o Brasil apresenta defasagem no ranking de competitividade?

Um dos fatores que faz o Brasil estar mal posicionado no ranking é a percepção dos empresários sobre a eficiência do setor privado, variável na qual o país caiu da 59ª para a 63ª colocação, segundo Carlos Arruda, professor da FDC, afirmou ao jornal Valor Econômico. É a pior posição que o Brasil já teve nesse quesito.

Como o Brasil pode melhorar sua posição no ranking de competitividade?

O Brasil segue ocupando uma das piores posições no ranking de competitividade mundial, medido pelo IMD Competitiveness Center com apoio da Fundação Dom Cabral (FDC). Na edição 2023 do anuário, o país ficou no 60º em uma lista de 64 países. Em relação ao ano anterior, o Brasil desceu uma posição.

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Para Carlos Arruda, Miguel Costa, Rodrigo Penna e Hugo Tadeu, pesquisadores do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC responsáveis pela parte brasileira do estudo, o país continua com problemas estruturais que não permitem oferecer uma competitividade adequada aos empresários na mesma proporção em que atrai capital estrangeiro.

“O Brasil é o décimo país mais atraente para investimentos no ranking, em linha com a visão de que somos a décima economia do mundo. Mas, na parte de condições competitivas, ainda deixamos a desejar”, explica Carlos Arruda, que faz o levantamento do país desde a edição de 1997 do anuário.

Para o pesquisador, o Brasil convive com problemas no ambiente regulatório que afetam o planejamento dos empresários. “Temos algumas reformas, mas elas demoram a avançar. Quando saem, existem questionamentos, como vemos com a reforma trabalhista e o marco do saneamento”.

Os pesquisadores chamam a atenção para o declínio visto na competitividade do setor empresarial, considerado uma das fortalezas do Brasil nas últimas edições da pesquisa. Levando em conta apenas a eficiência dos negócios, o país caiu nove posições – de 52º para 61º.

“A perda da eficiência empresarial é reflexo da queda na competitividade econômica que temos visto nos últimos anos. Estamos em um momento de custo de capital mais alto e a percepção dos empresários sobre o cenário também está pior”, avalia Arruda.

As dívidas corporativas e as práticas de auditoria contábil apresentaram o pior desempenho do Brasil neste ranking, ficando na penúltima colocação. Vale lembrar que neste ano o Caso Americanas e a sequência de pedidos de recuperação judicial abalaram a confiança do mercado de crédito no país, o que pode ter influenciado no resultado. “Esses eventos ligaram um alerta”, resume.

Outro ponto de atenção fica para a piora nos indicadores de investimento em tecnologia e formação de mão de obra. “Temos o pior desempenho do ranking em gestão da educação, isso reflete na qualidade da nossa mão de obra e tem impacto no nosso futuro”, reforça Carlos Arruda.

Enquanto na especialização da mão de obra, o Brasil está na 62º posição, o país é o 49º na fuga de talentos para o exterior.

Por outro lado, os pesquisadores destacam as oportunidades que o Brasil pode capturar para melhorar sua competitividade. Em primeiro lugar, a aprovação de uma âncora fiscal e da reforma tributária são considerados pontes primordiais.

Ademais, a pauta ambiental é uma das forças do país para melhorar a competitividade. No ranking de energias renováveis, o Brasil é o terceiro do ranking, atrás apenas de Islândia e Noruega, com a vantagem de ter mais possibilidades do que esses países.

Qual posição o as empresas brasileira ocupam em competitividade no mundo?

O relatório examina os fatores determinantes da competitividade de um país. A situação brasileira é avaliada comparativamente com as situações dos países selecionados. A seleção tem como base a similaridade desses países com o Brasil, no que diz respeito às características socioeconômicas, estágio de desenvolvimento, inserção internacional e competição em terceiros mercados.

O Brasil avançou pela primeira vez no ranking geral do Competitividade Brasil, saindo da 17ª para a 16ª posição, superando o Peru. Duas principais razões explicam o avanço: primeiro, a melhora do país em fatores como Financiamento, Tributação e Ambiente de Negócios. A segunda razão é o maior impacto da pandemia em países como o Peru, nos fatores Mão de obra e Ambiente Macroeconômico.

08/12/2022

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