como fazer nega maluca?

Qual a diferença entre bolo de chocolate e bolo nega maluca?

não é bolo de chocolate, nega maluca é um tipo específico de bolo de chocolate que não leva leite e sim água, o que muda a textura e o sabor.

O que é uma nega maluca?

O que há de errado com a “nega maluca”?

O racismo, assim como outras estruturas e mecanismos de opressões, possui várias facetas, ou seja, singularmente falando, somente “racismo” não existe, “o racismo” muitas vezes limita-se a um termo que possui ramificações em todas as esferas sociais. Os racismos são diversos, e ao longo dos séculos, este sistema encontrou formas de se desenvolver bem a seu modo, de adaptar-se e mascarar-se, possibilitando que as agressões historicamente explicitas, sejam elas verbais ou físicas, tenham dado espaço para uma nova faceta da ridicularização, da exclusão e reforçado estereótipos que a população negra tem tentado com duras penas superar. O racismo recreativo surge então, como um dos racismos. Trata-se da exacerbação e da utilização dos corpos negros para fins de uma representação negativa, permeada por uma falsa comicidade, ou seja, o negro como entretenimento, entretanto, é o negro representado através de um ideal de pessoa negra criado historicamente pelo sistema racista e sempre representado através de um corpo hegemônico, isto é, um corpo não-negro. Vale lembrar que esse ideal de pessoa negra é sempre negativo, estereotipado e, que coloca todos os negros como sendo únicos, sem considerar as especificidades de cada negro enquanto ser humano. Como exemplo do racismo recreativo, temos a personagem nega maluca, criada no imaginário popular, que ganhou grande destaque no carnaval no país todo, com blocos em que todos os membros se fantasiam deste personagem, como acontece na cidade de Belo Horizonte, nos desfiles das escolas de samba, ou por iniciativas individuais. A personagem nega maluca é a representação exacerbada e totalmente estereotipada da mulher negra: preta, pobre, descabelada, com sua sexualidade explorada, exposta e hipervalorizada, sorridente ao extremo, o que muitas vezes pode representar uma falta de senso crítico diante das mazelas da vida, ou seja, aquela pessoa negra que resiste as dificuldades com um sorriso no rosto e independentemente do que aconteça, nunca para de sorrir. Projetar nas mulheres negras um comportamento passivo, sorridente, que absorve as dificuldades e as mazelas da vida com risos e tolerância, priva até mesmo a liberdade individual de cada mulher, de também ter direito de exigir dignidade e respeito. As representações sobre a população negra ou suas lacunas, que surgiram no âmbito midiático e popular ao longo dos anos no Brasil, não contribuíram em nada para uma desconstrução dos estereótipos deixados pela escravidão sobre as mulheres negras, na verdade eles reforçaram um imaginário popular já citado, entretanto, quando adentramos o universo das representações midiáticas, os estereótipos já existentes somam-se a outros. A mulher negra, principalmente na televisão, ganhou míseros espaços como empregadas domésticas, escravas do período colonial e, cozinheiras. Em uma esfera contemporânea, ela passa a ser representada como a mulher malandra, que dança, fala alto, é agressiva é.

Por que nega maluca se chama assim?

No dia da Consciência Negra, publicamos essa iniciativa da Açúcar Guarani para suscitar reflexões. Você concorda que aquele doce de infância chamado Teta de Nega passe a se chamar Chocomelow? Ou que o Espera Marido seja rebatizado como Barba do Vovô?

Dilema entre defensores do politicamente correto e tradicionalistas foi criado pela campanha do Açúcar Guarani ao propor a troca de nome de alguns doces centenários por outros que não possam ser interpretados como preconceituosos.

A campanha, batizada de “Respeito Na Medida”, convida consumidores a contribuírem com sugestões para rebatizar receitas como Maria Mole, Espera Marido, Teta de Nega, Bolo Nega Maluca e disponibiliza canal para votação online para que elas ganhem novas identidades.

“Nossa ideia é fazer as pessoas refletirem sobre esses nomes de receitas que parecem tradicionais e inofensivos, mas que acabam ofendendo as mulheres”, diz Gustavo Segantini, diretor comercial do grupo Tereos, a quem Açúcar Guarani pertence.

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A campanha vai, ainda, reverter cada voto recebido no site em doação de um real direcionado para a Organização Mãos de Maria. O projeto, que cresceu dentro da comunidade de Paraisópolis e já atendeu a mais de 4 mil mulheres, hoje é um negócio de impacto social no ramo alimentício e traz um espaço de fala para a população feminina em situação de vulnerabilidade social, promovendo autonomia econômica e capacitação profissional.

Além do apoio popular para rebatizar os nomes dos doces via votação no site, a campanha também vai realizar um trabalho para conscientizar padarias a alterarem voluntariamente a denominação de suas receitas e exibir os materiais informativos sobre a iniciativa em seus pontos de venda.

Mas essa tentativa de trocar o nome desses doces tradicionais não é nova. Cinco anos atrás uma padaria na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, resolveu rebatizar a torta Nega Maluca por “bolo afrodescendente”.

Em março/22, esse mesmo nome foi usado pela padaria Aveiro, em São Paulo, ao informar que “a partir de agora o nome do bolo de chocolate deixou de ser “nega maluca” e passou a ser “afrodescendente”, a “língua de sogra” agora será “pão doce mole”, “Maria Mole” passa a se chamar “sorvete mole” e “teta de nega”, “Nha Benta”.

A padaria, na verdade, atendeu a um ofício encaminhado pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado, datado de 25 de agosto de 2021, onde afirma que “o mundo tem mudado constantemente e o nome de doces, que antes eram aceitos, não são mais bem vistos e podem causar “constrangimentos e acusações de crime racial, machismo e preconceito”. É pedido para os associados tomarem cuidado com nomes que possam ser mal interpretados. (ver matéria publicada no Correio Braziliense).

REAÇÕES – Mas há quem não concorde com esse posicionamento da campanha. A marca publicou vídeo com mulheres adultas falando o nome do doce e, em seguida, crianças aparecem chamando as delícias de outros nomes.– Alguns doces são deliciosos, mas têm nomes completamente fora de contexto.– afirma uma das mulheres no vídeo.

Para assistir ao vídeo publicado pela Açúcar Guarani, clique aqui.

Como se chama agora o bolo nega maluca?

17 de março, de 2022 | 15:29

Um comerciante, de 56 anos, enfrenta ameaças, depois que, seguindo orientações da entidade que representa o setor, em São Paulo, mudou o nome do bolo “nega maluca” para “bolo afrodescendente” na sua padaria.

A decisão resultou em ameaças de um grupo de clientes. Sócio-proprietário da padaria Aveiro, na região sul de São Paulo, Mauro Sérgio Proença, contou que a mudança ocorreu após receber um ofício do Sampapão (Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo).

A entidade recomendava ao comércio a alteração nos rótulos de doces a “língua de sogra” passaria a se chamar “pão doce mole”, “Maria Mole” passaria a se chamar “sorvete mole” e “teta de nega”, “Nha Benta”. A justificativa é que esses nomes tradicionais já não são mais aceitos nos dias de hoje.

“Como exemplo marcante dessas mudanças de comportamento social, nomes tradicionais […] que são comercializados há muitos anos em nossas padarias, e que eram vistos até com simpatia, hoje não são mais aceitos e podem levar a constrangimentos e acusações de crime racial, machismo, preconceito”, diz o comunicado.

Proença achou que o novo nome do bolo, afrodescendente, remeteria à origem do bolo e, por isso, “não iria causar constrangimento”.

Depois da mudança, entretanto, terça-feira (15), clientes foram ao estabelecimento reclamar da mudança após a foto viralizar nas mídias sociais. Eles queriam que o nome antigo (bolo nega maluca) fosse recuperado.

O comerciante afirma que funcionários da sua padaria foram ameaçados e constrangidos. Na tentativa de amenizar os ânimos dos clientes, o nome foi novamente mudado para “bolo chocoball”.

Na quarta-feira (16), o comerciante mudou de opinião e recuperou o nome original e o rótulo volta a apresentar o nome tradicional, “bolo nega maluca”.

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Qual a diferença entre bolo de chocolate e bolo nega maluca?

não é bolo de chocolate, nega maluca é um tipo específico de bolo de chocolate que não leva leite e sim água, o que muda a textura e o sabor.

Por que nega maluca se chama assim?

No dia da Consciência Negra, publicamos essa iniciativa da Açúcar Guarani para suscitar reflexões. Você concorda que aquele doce de infância chamado Teta de Nega passe a se chamar Chocomelow? Ou que o Espera Marido seja rebatizado como Barba do Vovô?

Dilema entre defensores do politicamente correto e tradicionalistas foi criado pela campanha do Açúcar Guarani ao propor a troca de nome de alguns doces centenários por outros que não possam ser interpretados como preconceituosos. A campanha, batizada de “Respeito Na Medida”, convida consumidores a contribuírem com sugestões para rebatizar receitas como Maria Mole, Espera Marido, Teta de Nega, Bolo Nega Maluca e disponibiliza canal para votação online para que elas ganhem novas identidades.

“Nossa ideia é fazer as pessoas refletirem sobre esses nomes de receitas que parecem tradicionais e inofensivos, mas que acabam ofendendo as mulheres”, diz Gustavo Segantini, diretor comercial do grupo Tereos, a quem Açúcar Guarani pertence.

A campanha vai, ainda, reverter cada voto recebido no site em doação de um real direcionado para a Organização Mãos de Maria. O projeto, que cresceu dentro da comunidade de Paraisópolis e já atendeu a mais de 4 mil mulheres, hoje é um negócio de impacto social no ramo alimentício e traz um espaço de fala para a população feminina em situação de vulnerabilidade social, promovendo autonomia econômica e capacitação profissional.

Além do apoio popular para rebatizar os nomes dos doces via votação no site, a campanha também vai realizar um trabalho para conscientizar padarias a alterarem voluntariamente a denominação de suas receitas e exibir os materiais informativos sobre a iniciativa em seus pontos de venda.

Mas essa tentativa de trocar o nome desses doces tradicionais não é nova. Cinco anos atrás uma padaria na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, resolveu rebatizar a torta Nega Maluca por “bolo afrodescendente”.

Em março/22, esse mesmo nome foi usado pela padaria Aveiro, em São Paulo, ao informar que “a partir de agora o nome do bolo de chocolate deixou de ser “nega maluca” e passou a ser “afrodescendente”, a “língua de sogra” agora será “pão doce mole”, “Maria Mole” passa a se chamar “sorvete mole” e “teta de nega”, “Nha Benta”.

A padaria, na verdade, atendeu a um ofício encaminhado pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado, datado de 25 de agosto de 2021, onde afirma que “o mundo tem mudado constantemente e o nome de doces, que antes eram aceitos, não são mais bem vistos e podem causar “constrangimentos e acusações de crime racial, machismo e preconceito”. É pedido para os associados tomarem cuidado com nomes que possam ser mal interpretados.

REAÇÕES – Mas há quem não concorde com esse posicionamento da campanha. A marca publicou vídeo com mulheres adultas falando o nome do doce e, em seguida, crianças aparecem chamando as delícias de outros nomes.– Alguns doces são deliciosos, mas têm nomes completamen”.

O que é uma nega maluca?

        O que há de errado com a “nega maluca”? O racismo, assim como outras estruturas e mecanismos de opressões, possui várias facetas, ou seja, singularmente falando, somente “racismo” não existe, “o racismo” muitas vezes limita-se a um termo que possui ramificações em todas as esferas sociais. Os racismos são diversos, e ao longo dos séculos, este sistema encontrou formas de se desenvolver bem a seu modo, de adaptar-se e mascarar-se, possibilitando que as agressões historicamente explicitas, sejam elas verbais ou físicas, tenham dado espaço para uma nova faceta da ridicularização, da exclusão e reforçado estereótipos que a população negra tem tentado com duras penas superar. O racismo recreativo surge então, como um dos racismos. Trata-se da exacerbação e da utilização dos corpos negros para fins de uma representação negativa, permeada por uma falsa comicidade, ou seja, o negro como entretenimento, entretanto, é o negro representado através de um ideal de pessoa negra criado historicamente pelo sistema racista e sempre representado através de um corpo hegemônico, isto é, um corpo não-negro. Vale lembrar que esse ideal de pessoa negra é sempre negativo, estereotipado e, que coloca todos os negros como sendo únicos, sem considerar as especificidades de cada negro enquanto ser humano. Como exemplo do racismo recreativo, temos a personagem nega maluca, criada no imaginário popular, que ganhou grande destaque no carnaval no país todo, com blocos em que todos os membros se fantasiam deste personagem, como acontece na cidade de Belo Horizonte, nos desfiles das escolas de samba, ou por iniciativas individuais. A personagem nega maluca é a representação exacerbada e totalmente estereotipada da mulher negra: preta, pobre, descabelada, com sua sexualidade explorada, exposta e hipervalorizada, sorridente ao extremo, o que muitas vezes pode representar uma falta de senso crítico diante das mazelas da vida, ou seja, aquela pessoa negra que resiste as dificuldades com um sorriso no rosto e independentemente do que aconteça, nunca para de sorrir. Projetar nas mulheres negras um comportamento passivo, sorridente, que absorve as dificuldades e as mazelas da vida com risos e tolerância, priva até mesmo a liberdade individual de cada mulher, de também ter direito de exigir dignidade e respeito. As representações sobre a população negra ou suas lacunas, que surgiram no âmbito midiático e popular ao longo dos anos no Brasil, não contribuíram em nada para uma desconstrução dos estereótipos deixados pela escravidão sobre as mulheres negras, na verdade eles reforçaram um imaginário popular já citado, entretanto, quando adentramos o universo das representações midiáticas, os estereótipos já existentes somam-se a outros. A mulher negra, principalmente na televisão, ganhou míseros espaços como empregadas domésticas, escravas do período colonial e, cozinheiras. Em uma esfera contemporânea, ela passa a ser representada como a mulher malandra, que dança, fala alto, é agressiva é.

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Como se chama agora o bolo nega maluca?

17 de março, de 2022 | 15:29

Um comerciante, de 56 anos, enfrenta ameaças, depois que, seguindo orientações da entidade que representa o setor, em São Paulo, mudou o nome do bolo “nega maluca” para “bolo afrodescendente” na sua padaria.

A decisão resultou em ameaças de um grupo de clientes. Sócio-proprietário da padaria Aveiro, na região sul de São Paulo, Mauro Sérgio Proença, contou que a mudança ocorreu após receber um ofício do Sampapão (Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo).

A entidade recomendava ao comércio a alteração nos rótulos de doces a “língua de sogra” passaria a se chamar “pão doce mole”, “Maria Mole” passaria a se chamar “sorvete mole” e “teta de nega”, “Nha Benta”. A justificativa é que esses nomes tradicionais já não são mais aceitos nos dias de hoje.

“Como exemplo marcante dessas mudanças de comportamento social, nomes tradicionais […] que são comercializados há muitos anos em nossas padarias, e que eram vistos até com simpatia, hoje não são mais aceitos e podem levar a constrangimentos e acusações de crime racial, machismo, preconceito”, diz o comunicado.

Proença achou que o novo nome do bolo, afrodescendente, remeteria à origem do bolo e, por isso, “não iria causar constrangimento”.

Depois da mudança, entretanto, terça-feira (15), clientes foram ao estabelecimento reclamar da mudança após a foto viralizar nas mídias sociais. Eles queriam que o nome antigo (bolo nega maluca) fosse recuperado.

O comerciante afirma que funcionários da sua padaria foram ameaçados e constrangidos. Na tentativa de amenizar os ânimos dos clientes, o nome foi novamente mudado para “bolo chocoball”.

Na quarta-feira (16), o comerciante mudou de opinião e recuperou o nome original e o rótulo volta a apresentar o nome tradicional, “bolo nega maluca”.

Aviso – Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

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